Crítica - Gone (2012)

Realizado por Heitor Dhalia 
Com Amanda Seyfried, Jennifer Carpenter, Wes Bentley 

Após ter deslumbrado a Europa e o Festival de Cannes com “À Deriva” (2009), Heitor Dhalia rendeu-se aos encantos comerciais de Hollywood e aceitou realizar este “Gone”, um terrível thriller da Lakeshore Entertainment/ Summit Entertainment que representa uma desastrosa e embaraçosa primeira investida cinematográfica deste talentoso cineasta brasileiro nos Estados Unidos da América. A história de “Gone” acompanha a investigação de Jill Parrish (Amanda Seyfried) que está convencida que a sua irmã, Molly (Emily Wickersham), foi sequestrada pelo mesmo assassino em série de quem escapou no ano anterior e por isso sabe que, ao pôr-do-sol, Molly será morta. Como a polícia não acredita na sua versão, ela tenta desesperadamente e sozinha, resgatar a irmã. Mas será que Jill se encontra psicologicamente perturbada e está apenas a perseguir sombras, ou é a única que conhece a verdade, conseguindo encontrar Molly, antes que seja tarde demais?


É difícil de encontrar algum ponto positivo neste filme que, no meu entender, é um clássico exemplo de uma ideia relativamente interessante que foi muito mal executada por todos os envolvidos neste projecto, desde a equipa de guionistas até ao seu elenco e realizador. A sua trama é protagonizada por uma personagem absolutamente detestável que se envolve numa ridícula jornada de investigação sem nenhum suspense, onde desafia tudo e todos sem nunca sentir nenhuma emoção. O desenrolar desta sua irrealista e entediante demanda é extremamente previsível e é acompanhada por uma ridícula tentativa de criar alguma dúvida sobre a sua conclusão ao insinuar que Jill é uma doente mental que imaginou ser sequestrada, no entanto, nenhuma dessas insinuações é credível e os factos que as sustentam nunca são convenientemente explorados. A sua fraca história culmina numa patética conclusão que não nos dá aquilo que mais queremos de um filme como este, ou seja, um final explosivo com alguma reviravolta pelo meio, muito pelo contrário, termina com um confuso e insatisfatório confronto final sem um pingo de emoção e que, tal como o resto do enredo, deixa muitas perguntas sem resposta. A somar à sua fraca narrativa temos uma realização surpreendentemente insegura por parte de Heitor Dhalia e um leviano despenho coletivo do seu elenco, onde encontramos uma bela Amanda Seyfried que, uma vez mais, tem uma performance medíocre num filme terrível que muito dificilmente não figurará na lista das piores produções cinematográficas do ano.

Classificação – 1,5 Estrelas em 5

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