Crítica - Get The Gringo (2012)


Realizado por Adrian Grunberg
Com Mel Gibson, Peter Stormare, Dean Norris

Os últimos anos não foram muito benéficos para a ilustre carreira de Mel Gibson, um outrora solicitado ator/ realizador que, por força de polémicos escândalos privados e de péssimas performances em vários filmes medíocres, foi caindo no esquecimento do grande público que, apesar de tudo, ainda se lembra com saudade dos seus poderosos trabalhos como ator ou realizador em grandes sucessos cinematográficos como “Mad Max” (1979), “Lethal Weapon” (1987), “Hamlet” (1990), “Braveheart” (1995) ou “Signs” (2002). Após uma interessante e emocionante performance em “The Beaver” (2011) que lhe devolveu alguma credibilidade e visibilidade profissional, Gibson volta a brindar-nos com mais um agradável desempenho neste “Get The Gringo”, um filme bastante curioso que realça o lado mais descontraído deste ator que consegue transformar esta pequena obra num satisfatório produto de entretenimento. A história de “Get The Gringo” centra-se num astuto criminoso (Mel Gibson) que é detido pelas autoridades mexicanas, após ter conseguido roubar vários milhões de dólares a um mafioso norte-americano. Sem dinheiro ou identificação, este habilidoso ladrão é sentenciado e enviado para uma prisão de alta-segurança bastante peculiar, onde será forçado a utilizar todos os seus conhecimentos e talentos para sobreviver e lidar com os outros presos. 

 

O elemento que mais salta à vista neste “Get The Gringo” é, sem sombra de dúvidas, a carismática performance de Mel Gibson que se assume claramente como um dos maiores atrativos deste básico mas divertido e ritmado filme de ação que, no meu entender, deve muita da sua qualidade e particularidade ao sólido trabalho desta sua grande estrela. É claro que os outros atores do elenco também merecem algum crédito pelo sucesso desta produção, nomeadamente Kevin Hernandez e Dolores Heredia que dão vida a duas excelentes e relevantes personagens que conseguem incutir um pouco de melodrama a esta obra que é dominada, do início ao fim, por uma agradável mistura entre violência e comédia que confere uma agradável versatilidade ao seu protagonista. Esta hábil e cativante mistura entre humor e ação funciona muito bem e está na base das melhores cenas desta obra, mas não consegue apagar a construção previsível e primária da sua narrativa que infelizmente também peca pela sua falta de criatividade, no entanto, estas evidentes falhas não invalidam o fato de estarmos perante um filme bastante razoável e politicamente incorreto que está cheio de interessantes cenas cómicas e violentas que entretêm o espectador e realçam o evidente talento de Mel Gibson, um veterano da sétima arte que está cada vez mais perto de recuperar o seu estatuto de estrela. 

Classificação – 3,5 Estrelas em 5

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