Crítica - Puncture (2011)

Realizado por Adam Kassen e Mark Kassen
Com Brett Cullen, Chris Evans, Vinessa Shaw 

Os produtores do mundialmente aclamado “Erin Brockovich”(2000) estão por detrás deste razoável “Puncture”, um convincente filme dramático com algum melodrama e intensidade à mistura que infelizmente não tem a classe ou o brilhantismo do maravilhoso trabalho de Steven Soderbergh, no entanto, esta obra de Adam e Mark Kassem também não é nada de se deitar fora e conta com alguns elementos positivos como a sua moderadamente interessante narrativa que se centra em Paul Dazinger e Mike Weiss (Brett Cullen e Chris Evans), dois advogados sem grandes recursos financeiros que são contratados por Vicky (Vinessa Shaw), uma modesta enfermeira que quer obrigar as grandes empresas da industria médica a abandoarem os seus obscuros interesses comerciais e a aceitarem comercializar uma seringa com ponta segura que pode evitar vários acidentes de trabalho, como aquele que ela sofreu e que a infetou com o vírus da sida. O trabalhador Paul Danziger não quer aceitar este caso porque não o acha rentável, mas o nobre e viciado em cocaína Mike Weiss convence-o que a sua pequena firma tem o dever de defender os interesses de todos os médicos e enfermeiros norte-americanos. Estes dois simples advogados decidem então iniciar uma extensa e dura batalha legal contra os gigantes da indústria médica que poderá mudar drasticamente as políticas de saúde do país.


A história de “Puncture” foca-se sobretudo nos dramas internos de Mike Weiss e nos envolventes contornos mediáticos da intensa guerra jurídica que Weiss e Dazinger travam contra algumas das maiores empresas da indústria médica, guerra essa que é levemente baseada num famoso caso verídico que na altura alertou os norte-americanos para as devastadoras consequências que um acidente com uma seringa não esterilizada pode ter na vida de um profissional médico ou de qualquer pessoa normal que lide habitualmente com seringas. O filme consegue destacar, sem grandes exageros, os perigos e as consequências inerentes a esta problemática, mas também explora com alguma atenção outras temáticas igualmente controversas como os perigos da toxicodependência e os estranhos contornos dos negócios multimilionários que as empresas médicas celebram todos os anos, negócios esses que parecem privilegiar os interesses financeiros em detrimento dos interesses e necessidades da população e dos profissionais médicos, no entanto, este último tema é abordado com alguma parcialidade já que é dado um enfoque excessivo à controvérsia e às teorias de conspiração sem fundamento. O lento e atabalhoado desenvolvimento do enredo também é um dos grandes defeitos desta obra, que infelizmente também não presta a devida atenção às lutas internas do seu carismático protagonista, um talentoso advogado viciado em cocaína e heroína que é maravilhosamente interpretado por Chris Evans, um ator mediano que tem neste “Puncture” um grande desempenho que merece aplausos e que nos mostra o lado mais sério deste profissional. Os restantes atores também têm um bom trabalho, mas Evans é claramente a grande estrela desta interessante produção independente que infelizmente não está ao nível dos grandes dramas legais dos últimos anos, mas é ainda assim um bom filme com boas e intensas cenas dramáticas. 

 Classificação – 3,5 Estrelas em 5

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