Pérolas Indie - Conviction (2010)

Realizado por Tony Goldwyn 
Com Hilary Swank, Sam Rockwell, Melissa Leo 
Género – Drama 

Sinopse - Em 1980, Kenneth Waters (Sam Rockwell) foi condenado a prisão perpétua pelo brutal homicídio de uma mulher numa pequena cidade norte-americana. O caso contra ele era evidente - provas circunstanciais e a alguns testemunhos não deixavam dúvidas. Todos consideravam Kenneth culpado. Todos exceto a sua irmã Betty Anne (Hilary Swank), que se recusou a acreditar que ele era culpado e lutou até ao fim para provar a sua inocência. 

Crítica – Baseado numa inspiradora e quase inacreditável história verídica, “Conviction” é um poderoso drama jurídico/familiar sobre a luta que uma dedicada irmã travou contra o sistema judicial norte-americano para defender e proteger os interesses do seu irmão que, por causa de uma série de juízos de valor errados e de um sistema policial corrupto, foi condenado por um crime hediondo. Só no final do filme é que ficamos a saber, com toda a certeza, que o irmão da protagonista é inocente e foi vítima de uma série de injustiças. É claro que durante o seu desenvolvimento ficamos sempre com a ideia que ele é inocente, mas de vez em quando lá aparece alguma personagem secundária que levanta a dúvida e confronta a protagonista com esta questão. É claro que esta incerteza acrescenta algum drama à trama, mas o que está realmente no centro deste filme não é a injustiça de que Kenneth Walters foi alvo, mas sim a longa e complexa batalha que a sua irmã, Betty Anne, decide travar contra a intolerância social, as adversidades da vida e o sistema norte-americano para se tornar advogada e assim poder defender o seu irmão e provar a sua inocência. Esta sua diligente luta por justiça é, no final, bem-sucedida mas não está isenta de inúmeros percalços que põem à prova a sua determinação e o seu afeto pelo seu irmão. O enredo de "Conviction" explora tudo isto de uma forma simples, objetiva e sem negligenciar certos aspetos importantes ou apostar em demasia em situações melodramáticas, no entanto, isto não invalida o fato de “Conviction” ter algumas falhas ao nível narrativo, como o fato de não explorar com mais ponderação os conflitos familiares, quer do passado quer do presente, da protagonista ou o fato de não dar grande atenção ao aspeto jurídico e policial da trama. A sua longa duração também pode ser problemática, porque muitas pessoas poderão não gostar de ver um filme de quase duas horas com poucos momentos de clara intensidade ou emotividade. O seu elenco oferece-nos um trabalho coletivo bastante satisfatório, nomeadamente a incansável Hilary Swank que, após uma série de performances medianas em filmes pouco satisfatórios, tem um trabalho digno do seu verdadeiro valor profissional. A magnífica Melissa Leo é o único elemento do elenco que não tem um desempenho de grande qualidade, mas isto deve-se em parte à debilidade da sua personagem que, para além de aparecer poucas vezes em cena, acaba por não ter o peso que se previa no desenvolvimento da história, sendo esta uma das falhas mais crassas e notórias deste drama que acaba por fazer justiça à força da história verídica que está na sua base, história essa que infelizmente não teve um final tão justo como o do filme, porque seis meses após ter sido libertado e ilibado da acusação de homicídio, o verdadeiro Kenneth Waters sofreu um terrível acidente que lhe tirou a vida. Este fatídico desfecho não desmotivou a sua irmã, que continuou a lutar nos tribunais e acabou por conseguir uma grande indemnização para os herdeiros do seu irmão, pelos erros crassos que o sistema cometeu. 

 Classificação – 3,5 Estrelas em 5

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