Pérolas Indie - Game Change (2012)

Realizado por Jay Roach 
Com Julianne Moore, Ed Harris, Woody Harrelson, Ron Livingston 
Género – Drama/ Político 

Sinopse – O Partido Republicano escolhe o veterano Senador John McCain (Ed Harris) para enfrentar o carismático Senador Barack Obama nas Eleições Presidenciais Norte-Americanas de 2008. A tarefa de McCain avizinha-se difícil, mas fica ainda mais delicada quando uma série de importantes personalidades republicanas recusam o seu convite para assumirem o cargo de vice-presidente, um posto sem muita importância politica mas com uma grande influência na campanha presidencial. Ao fim de um demorado processo de eleição interna, McCain é convencido pelos seus conselheiros a convidar a calorosa e chamativa Governadora do Alasca, Sarah Palin (Julianne Moore), para assumir esta função, porque todos acreditam que Palin é uma mulher forte e astuta que deverá convencer uma grande parte do eleitorado indeciso a votar no Partido Republicano e em John McCain, no entanto, mal a campanha presidencial entra na sua fase decisiva, Sarah Palin deixa de ser uma fonte de esperança e passa a ser uma fonte de problemas e polémicas que poderá custar a vitória aos republicanos. 

Crítica – Vencedor dos Emmys de Melhor Telefilme/ Minnisérie, Melhor Elenco Num Telefilme/ Minissérie, Melhor Realização Num Telefilme/Minissérie, Melhor Argumento De Um Telefilme/ Minissérie e Melhor Atriz Principal Num Telefilme/Minissérie (Julianne Moore), “Game Change” é decididamente uma obra muito interessante, elucidativa e até divertida sobre o marcante envolvimento de Sarah Palin nas Eleições Presidenciais Norte-Americanas de 2008. Ao contrário da vasta maioria dos filmes, telefilmes ou minisséries que envolvem intrigas politicas e/ou exploram a carreira de uma relevante ou carismática figura democrática, “Game Change” tem um argumento objetivo, descomplexo e ligeiro que pinta um retrato bastante realista e curioso sobre o que realmente se passou nos bastidores da campanha presidencial republicana que, segundo esta produção, foi completamente destabilizada e destruída por uma mediática e controversa mulher que, pelas melhores e piores razões, tomou-se num símbolo do lado mais ridículo e exacerbado do sistema politico norte-americano. No fundo, “Game Change” dá-nos a conhecer o lado mais pessoal e maquinador de Sarah Palin, aquele lado que não aparece à frente das câmaras de televisão e que acabou por facilitar a eleição de Barack Obama que, bem vistas as coisas, teria ganho a presidência de qualquer forma. A inteligente trama desta produção explora portanto a evolução positiva e negativa de Sarah Palin ao longo da campanha eleitoral, cujas primeiras semanas foram bastante promissoras e fulgurantes para o campo republicano, porque Palin conseguiu maravilhar tudo e todos com a sua atitude positiva e com as suas visões profundamente religiosas que encheram as medidas a grande parte do eleitorado conservador e indeciso mas, mal o nível de exigência aumentou, esta segura e simpática mulher quebrou a todos os níveis e os problemas começaram a surgir. A outrora poderosa Sarah Palin começou assim a perder importância e respeito junto do partido e dos eleitores, por causa de um vasto leque de comportamentos reprováveis que englobam, por exemplo, os graves conflitos que teve com algumas figuras chave da campanha, as vergonhosas gafes públicas que deu em entrevistas e comícios ou as suas constantes atitudes birrentas e infantis, que acabaram por torna-la numa pária política para John McCain. Tudo somado, Palin revelou-se uma má escolha política e acabou por atirar John McCain e o Partido Republicano para o fundo das sondagens, não por ser uma má mulher mas por ser uma figura com algumas importantes falhas de carácter que não estava minimamente preparada para a dimensão pública e política de uma eleição presidencial. O argumento de “Game Change” é brilhante e divertido, mas existem outros elementos de luxo e sucesso nesta obra, sendo o mais relevante a soberba e credível interpretação de Sarah Palin por parte de Julianne Moore, uma magnifica atriz que volta a mostrar todo o seu profissionalismo e qualidade com esta difícil personagem que, quer se goste que ser deteste, merece ser reconhecida como uma grande mulher de família que, apesar de todos os ataques pessoais e profissionais que sofreu durante e após as eleições, continua a ser uma importante figura do conservadorismo norte-americano e, por arrasto, uma das grandes estrelas do partido republicano, muito embora seja odiada e constantemente ridicularizada por grande parte dos liberais e pela vasta maioria da imprensa norte-americana e mundial.

 Classificação – 4 Estrelas em 5

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