Crítica - Deadfall (2012)

Realizado por Stefan Ruzowitzky 
Com Eric Bana, Olivia Wilde, Sissy Spacek, Charlie Hunnam 

Há quem encontre algumas semelhanças entre “Deadfall” e “Frago” (1996), mas para mim essas parecenças são pura ficção e um grande insulto à enorme qualidade do clássico dos Irmãos Coen. Eu não quero com isto dizer que não há um certo mérito neste thriller de ação, mas confesso que são poucas as coisas que valem a pena nesta mediana obra, onde Eric Bana e Olivia Wilde interpretam Addison e Liza, dois irmãos que se põem em fuga após terem assaltado um casino. Quando o carro em que seguiam se despista e na sequência disso um dos companheiros do golpe é morto e Addison assassina um policia estadual, os irmãos decidem separar-se para assim tentarem chegar despercebidos à fronteira do Canadá, apesar de estarem a pé e debaixo de um enorme nevão. Enquanto Addison resolve seguir o caminho mais curto, fazendo corta-mato pelo território e deixando atrás de si um rasto de destruição, Liza acaba por ser resgatada por Jay (Charlie Hunnam), um ex-boxer que está de regresso a casa para passar o dia de Ação de Graças com os pais, June e Chet (Sissy Spacek e Kris Kristofferson). É nesta pequena casa que os irmãos se acabam por reunir, num confronto que irá levar todos as pessoas ali reunidas a limites que desconheciam.

   

A introdução de “Deadfall” termina com um acidente de viação. A partir deste ponto, o seu argumento segue dois caminhos diferentes. O primeiro acompanha a violenta jornada de Addison, que mata muita gente para chegar a uma cidade fronteiriça onde espera encontrar a sua adorada irmã. Esta sua violenta viagem é pautada por algumas razoáveis sequências de ação e por um ritmo bem conseguido, algo que já não encontramos na jornada de Liza que, após se separar do seu irmão, junta-se a um ex-condenado/ ex-boxer e inicia com ele uma fraca e enfadonha relação romântica que não nos consegue encher as medidas. Estas jornadas individuais de Addison e Liza culminam num impasse violento com um desfecho previsível, onde a ficção romântica prevalece sobre a obsessão familiar. O problema de “Deadfall” é que só as sequências de ação que envolvem Addison é que são minimamente empolgantes, porque todos os outros elementos que envolvem a sua intriga são bastante maçadores e nem mesmo o esquisito passado dos irmãos consegue incutir algum interesse a este thriller de ação, que ainda assim retira alguns benefícios das performances esforçadas de Eric Bana e Olvia Wilde. Entre os atores do elenco secundário, só a jovem Kate Mara é que tem uma performance menos conseguida na pele de uma personagem que, em última análise, é completamente desnecessária para o cômputo geral desta sofrível produção que, embora não seja um desastre, não consegue bridar o espetador com um razoável espetáculo cinematográfico. 

Classificação - 2 Estrelas em 5

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